domingo, 27 de janeiro de 2013

 


Lição 05


UM HOMEM DE DEUS EM DEPRESSÃO
Texto Áureo: II Co. 4.8,9 – Leitura Bíblica: I Rs. 19.2-8
Marcio Nascimento B.a Thm 0556/02

INTRODUÇÃO
A depressão é considerada por muitos especialistas da área da saúde como o mal do século. Essa condição psicológica afeta a pessoa como um todo – corpo, alma e espírito. Na aula de hoje mostraremos que homens e mulheres de Deus também podem ser acometidos de depressão. Mas a depressão não é o fim, existe possibilidade de cura, apesar de tudo é possível encontrar alegria.
1. DEPRESSÃO, UMA ANÁLISE PRELIMINAR
Existem muitos equívocos em relação à depressão, o primeiro deles é achar que esta é decorrente de pecado. Qualquer pessoa pode passar por desequilíbrio químico no corpo, principalmente na velhice. A depressão somente é resultante de pecado quando essa é decorrente de escolhas erradas. É possível também que o distanciamento de Deus contribua para o agravamento do quadro. A opção pela ira e amargura, ao invés do perdão, pode contribuir para a depressão. A depressão pode ser pecaminosa quando for usada para manipular as pessoas, bem como culpar Deus e outros pela infelicidade. Dentre os sintomas da depressão destacamos: diminuição do prazer em atividades usuais; mudanças significativas do apetite ou de peso, fadiga ou perda de energia; diminuição da habilidade de pensar com clareza, avaliar e se concentrar; movimentos mais lentos ou agitados; aumento ou perda do sono; sentimentos de inutilidade ou de culpa excessiva e pensamentos suicidas. Existem casos de depressão que precisam ser tratados por especialistas, e nada há de pecado nisso, pois as condições físicas podem influenciar na depressão. Há situações que a depressão pode ser tratada com eficácia por um psicólogo ou psiquiatra. Ainda há muito preconceito no meio evangélico a esse respeito. Isso porque alguns cristãos confundem depressão com falta de espiritualidade. Entre os fatores físicos que contribuem para a depressão destacamos: desequilíbrio hormonal (alterações químicas no cérebro durante a puberdade, pós-parto, menopausa); medicamentos (analgésicos, esteroides e anticoncepcionais); doenças crônicas (deficiência na tireoide);  temperamento melancólico (pessoas analíticas e críticas); alimentação inadequada (associada à falta de repouso e de exercício físico) e vulnerabilidade genética (pessoas com histórico familiar têm propensão).
2. HOMENS E MULHERES DE DEUS SE DEPRIMEM
Homens e mulheres de Deus também são vulneráveis à depressão, existem vários exemplos bíblicos disso, o mais conhecido dele é o do profeta Elias, a partir do qual podemos extrair algumas lições. A situação de Elias não pode ser generalizada, mas contribui para compreender alguns casos de depressão. Diante da ameaça de Jezabel, o profeta do Senhor deixou de ver as coisas claramente, a partir do ângulo de Deus. A esposa do rei Acabe poderia até marta Elias, mas não seria capaz de exterminá-lo, pois Deus é o dono da vida. Ele está sempre no controle das situações, mas nem sempre atentamos para essa verdade. Elias também se afastou de relacionamentos encorajadores. Ele se distanciou do “seu moço” e “foi ao deserto, caminho de um dia”. A ausência de pessoas que influenciem positivamente, e a presença de outras que o fazem negativamente pode levar à depressão. O profeta havia sido vitorioso no Monte Carmelo, mas não se apercebeu da sua conquista, focou o seu olhar em outra direção. Ele também ficou exausto e emocionalmente abalado, o estrasse o conduziu àquele estado. Por fim, ele se entregou à autocomiseração, colocou-se como vítima, achando que era melhor do que seus pais. Deus encontrou Elias naquela condição, e o conduziu para que saísse daquela situação. A princípio permitiu que ele tivesse um momento de descanso. Em seguida, falou com ele, indagando-o sobre sua angústia, levando-o a verbalizá-la (I Rs. 19.9,10). Deus atuou na vida de Elias a fim de tirá-lo daquela situação: 1) dando-lhe refrigério físico, providenciando-lhe descanso, comida e bebida; 2) o desafiou mentalmente a olhar para si mesmo, e verbalizar suas preocupações; 3) fortaleceu-lhe emocionalmente mostrando o Seu poder; 4) deu-lhe uma atribuição a fazer e o encorajou a retornar ao trabalho; e 5) providenciou para ele uma companhia para ficar ao seu lado.
3. COMO LIDAR COM A DEPRESSÃO
As familiares da pessoa deprimida deve compreender a situação e ter o cuidado para não fazer julgamentos. Conforme já destacamos anteriormente, qualquer pessoa, inclusive um cristão dedicado, pode ficar deprimida. A própria depressão não significa que uma pessoa não está em comunhão com Deus. Pode acontecer justamente o contrário, a situação pode ser usada para aproximar mais a pessoa de Deus. O mundo no qual nos encontramos é deprimente, por isso não é incomum as pessoas irem da euforia e hiperatividade para a tristeza. Elias ficou decepcionado, inclusive com Deus, e isso intensificou sua depressão. Até mesmo algumas igrejas locais podem contribuir para a depressão. Contextos eclesiásticos marcados pela competitividade, isolamento e ostentação favorecem a depressão. Isso porque a depressão distorce a realidade, as pessoas ficam emocionalmente abaladas porque não conseguem alcançar os padrões exigidos pelo contexto. Precisamos aprender a relaxar e encontrar refrigério em Deus, Ele nos dará força suficiente para a restauração. O período da depressão é mais susceptível aos ataques de Satanás, o inimigo se aproveita quando estamos fracos e debilitados (Mt. 4.1-11). A ansiedade, aliada à depressão, pode aumentar o problema, por isso, é preciso aprender a depender cada vez mais de Deus, e menos das condições materiais (Mt. 6.25; Fp. 4.6,7). Para ajudar uma pessoa deprimida, é preciso estudar a respeito da depressão, para evitar julgamentos precipitados (Pv. 23.12); identifique se há intenções suicidas, ainda que a pessoa não goste (Pv. 18.21); e afaste as prováveis possibilidades de que isso venha a acontecer (Pv. 18.4); seja um parceiro compreensivo, não a abandone (Ec. 4.9); converse sempre que possível com essa pessoa, mesmo que seja por telefone (Pv. 16.21); dê oportunidade para a pessoa se expressar, valorize esses momentos (Tg. 1.19); não tenha receio de falar sobre a depressão, conversar ajuda bastante (Pv. 25.11); o encorajamento também (I Ts. 5.11).
CONCLUSÃO
Elias passou pelo vale angustiante da depressão, muitos, ao longo da história, têm seguido o mesmo percurso. Deus pode atuar na vida das pessoas, mesmo aquelas que são susceptíveis à depressão. Os conflitos do cotidiano, semelhantes àqueles pelos quais o profeta passou, podem resultar em tal condição. Mas precisamos avaliar cada caso, se necessário, procurar um especialista, mas não deixar de confiar em Deus, pois Ele pode nos dar o refrigério providencial para encontrarmos “uma luz no fim do túnel”.
BIBLIOGRAFIA
RUSSEL, D. Men of courage: a study of Elijah and Elisha. Oxford: Christian Focus, 2011.
SWINDOLL, C. R. Elias: um homem de heroísmo e humildade. São Paulo: Mundo Cristão, 2001.

20 de janeiro de 2013

Lição 04


ELIAS E OS PROFETAS DE BAAL
Texto Áureo: I Rs. 18.21 – Leitura Bíblica: I Rs. 18.36-40
Marcio Nascimento B.a Thm 0556/02

INTRODUÇÃO
A apostasia em Israel era manifestada pelo sincretismo religioso, isto é, a mistura de crenças. Nestes dias esse tipo de pensamento predomina, principalmente no contexto da pós-modernidade. Veremos, na lição de hoje, que os profetas de Baal precisavam ser confrontados por Elias. E que, atualmente, devemos assumir uma posição profética, nos opondo a posicionamentos contrários à Palavra de Deus.
1. O SINCRETISMO BAALISTA EM ISRAEL
Baal, cujo nome significa “senhor ou marido” em hebraico, era uma divindade cananéia (I Cr. 5.5; 8.30; 9.36) adorada por alguns israelitas, inclusive nos tempos do rei Acabe. Esse deus era cultuado conjuntamente com a natureza, associado à fertilidade, por isso tinha a ver com o raio e a chuva. O povo de Israel desenvolveu uma espécie de sincretismo, uma confluência de crenças. Algumas pessoas queriam, simultaneamente, adorarem a Yahweh e a Baal. O confronto profético se fez necessário a fim de distanciar o povo da apostasia. O povo estava confuso, dividido entre dois pensamentos. A assimilação do baalismo pelos israelitas resultou de uma série de fatores, dentre eles: o casamento misto com os cananeus, em sua expressão mais grave do rei Acabe com Jezabel; a participação em festas pagãs, e que fomentavam pecados sexuais; e as flexibilizações das religiões cananeias, em oposição às exigências da fé judaica. O sincretismo religioso entre baalismo e judaísmo pode ser identificado nas seguintes passagens: Jz. 2.1-5; 2.11-13,17,19; 3.5-7; 6.25). A própria combinação de palavras revela a combinação entre o Deus de Israel e o deus dos cananeus: Jeeubaal (Jz. 7.1); Beeliada (I Cr. 14.7); Es-Baal e Meribe-Baal (I Cr. 8.33,34). Em I Rs. 18, identificamos o cúmulo do sincretismo religioso em Israel. Deus levantou um profeta fiel e corajoso para confrontar os profetas de Baal, a fim de evitar que o povo fosse tomado pela idolatria.
2. O CONFRONTO DE ELIAS CONTRA OS PROFETAS DE BAAL
Diante dos descalabros do rei Acabe e da rainha Jezabel, fomentando a idolatria em Israel, Elias propôs um confronto com os profetas daquela divindade cananéia. Ele convida todos a se apresentarem no monte Carmelo, também os quatrocentos e cinquentas profetas de Baal e os quatrocentos profetas do poste-ídolo (I Rs. 18.19). O objetivo do profeta do Senhor era revelar que de fato era o verdadeiro Deus, já que o povo se encontrava dividido entre dois pensamentos. Por isso indagou Elias: “Se o SENHOR é Deus, segui-o; se é Baal, segui-o. Porém o povo nada lhe respondeu” (I Rs. 18.21). Isso mostra que a apostasia já estava generalizada, e falta de compromisso com Deus. Elias orientou para que novilhos fossem postos sobre a lenha, sem que fosse colocado fogo, Yahweh e Baal deveriam ser invocados, o que respondesse com fogo seria o verdadeiro Deus (I Rs. 18.22-26). O povo gostou da ideia, aprovou o confronto, e os profetas de Baal clamaram à divindade, que não respondeu, eles manquejavam ao redor do altar, sem êxito. Diante da falta de resposta de Baal, os profetas se flagelaram, o profeta de Deus os tratou com sarcasmo: “Clamai em altas vozes, porque ele é deus; pode ser que esteja meditando, ou atendendo a necessidades, ou de viagem, ou a dormir e despertará” (I Rs. 18.27). Em seguida Elias provoca os profetas, restaura o altar do Senhor, arma a lenha, pede para que derramem água sobre esta e ora ao Deus de Israel (I Rs. 18.36-37). A resposta foi que “caiu fogo do SENHOR, e consumiu o holocausto, e a lenha, e as pedras, e a terra, e ainda lambeu a água que estava no rego. O que vendo todo o povo, caiu de rosto em terra e disse: O SENHOR é Deus! O SENHOR é Deus!” (I Rs. 18.38,39).
3. CONFRONTANDO OS ÍDOLOS MODERNOS
Como Elias, estamos diante de um confronto com a sociedade moderna, mas somente aqueles que estão no centro da vontade de Deus reconhecem seu ministério profético. A maioria que conta é a do Senhor, não a dos homens, de nada adianta serem 850 contra 1, se Deus estiver do lado desse 1. Como o povo de Israel, não podemos ficar coxeando entre dois pensamentos, divididos, a fim de sermos politicamente corretos. Precisamos tomar partido, e o partido de Deus, não o dos homens, para não sermos vomitados da boca de Cristo (Ap. 3.15,16). A maior carência nos dias atuais é a de profetas comprometidos com a verdade de Deus. Homens e mulheres de princípios, que não se vendam por dinheiro ou posição. O instrumento dos profetas do Senhor é a Sua palavra, eles sabem que precisam prestar contas Àquele que é O Senhor, não um senhor. Além da Palavra, os profetas de Deus não se apartam da oração, sabem que é por meio desta que o Senhor intervém. A oração foi o recurso que Elias usou para revelar ao povo quem era o verdadeiro Deus. Os profetas do Senhor não temem os falsos profetas, e muito menos aos deuses porque suas vidas são consagradas inteiramente a Deus. É bastante comum hoje os evangélicos ajustarem a Bíblia aos seus interesses. Ao invés de se ajustarem ao evangelho de Jesus, em toda sua radicalidade, servem mais aos seus interesses pessoais do que a pessoa de Cristo. Nestes dias de apostasia, não carecemos de mais evangélicos, mas de verdadeiros discípulos, que estejam dispostos a carregarem a cruz (Mt. 16.34-28).
CONCLUSÃO
O sincretismo religioso está comprometendo a fé de vários cristãos, igrejas inteiras estão abrindo mão da palavra, e do Senhor, e se prostrando perante outros deuses. Mas ninguém pode servir a Deus e a Mamom (Mt. 6.24), só existe um Deus Verdadeiro, que enviou Jesus Cristo (Jo. 17.3). Jesus é o Caminho, a Verdade e a Vida, ninguém vai ao Pai se não for por Ele (Jo. 14.6). Em nenhum outro há salvação, somente em Jesus está a vida eterna (At. 4.12). Não podemos fazer concessões em relação a essa verdade, que não admite qualquer tipo de sincretismo.
BIBLIOGRAFIA
GETZ, G. Elias: um modelo de coragem e fé. São Paulo: Mundo Cristão, 2003.
SWINDOLL, C. R. Elias: um homem de heroísmo e humildade. São Paulo: Mundo Cristão, 2001.

13 de janeiro de 2013

Lição 03


A LONGA SECA SOBRE ISRAEL
Texto Áureo: II Cr. 7.14 – Leitura Bíblica: I Rs. 18.1-8
Marcio Nascimento B.a Thm 0556/02
INTRODUÇÃO
Como medida disciplinar, O Senhor, através do profeta Elias, determinou um período de longa estiagem sobre Israel. Na lição de hoje estudaremos a respeito desse momento crítico para a nação israelita e suas consequências. Ao final, refletiremos a respeito das situações de estiagem, das catástrofes naturais como um todo, à luz do contexto bíblico-teológico.
1. A SECA SOBRE ISRAEL
Baal era adorado entre os cananeus, e posteriormente, pelos próprios israelitas como deus da fertilidade (I Rs. 16.30-33). Por isso Elias profetizou que Deus enviaria um período de seca sobre a nação a fim de que o povo reconhecesse que somente o Senhor era Deus. A profecia de Elias se cumpriu cabalmente nos dias do rei Acabe (I Rs. 17.1,2; 18.1,2) e é mencionada no Novo Testamento (Tg. 5.17). O objetivo daquela seca foi fazer com que o povo refletisse a respeito da sua condição espiritual. Ele estava dividido entre dois pensamentos (I Rs; 18.21,37). Mas durante o período da estiagem Deus preservou a vida do profeta Elias, providenciando-lhe alimento necessário para sobrevivência (I Rs. 17.1-7). Inicialmente o Senhor orientou o profeta para que saísse do lugar no qual Seu juízo se realizaria (I Rs. 17.3). Em seguida Ele ordenou que o profeta se escondesse junto ao ribeiro de Querite (I Rs. 17.3). Aqueles foram dias difíceis para os profetas do Senhor, pois eles eram perseguidos e mortos por Acabe e Jezabel. Mas dentro do palácio havia alguém sensível às injustiças realizadas por aquele casal. Obadias ocupava ali uma posição-chave, pois encontrava maneiras para preservar a vidas dos servos de Deus. O texto bíblico diz que ele “temia muito ao Senhor”, por isso os escondia, opondo-se aos intentos apóstatas da monarquia (I Rs. 18.4). Não são poucos os cristãos que se encontram em igual condição, vivem debaixo de governos tiranos, mesmo assim se arriscam em prol da justiça. Na história da igreja nos deparamos com pessoa, como Corrie ten Boom, que se arriscou para salvar a vida de vários judeus durante a Segunda Guerra, ocultando-os das forças nazistas.
2. AS CONSEQUÊNCIAS DA SECA SOBRE ISRAEL
A seca resultou em fome, mas ao invés de se preocupar com as necessidades do povo, Acabe estava voltado apenas para seus pertences. Ao invés de encontrar soluções para amenizar a fome extrema em Samaria (I Rs. 18.2), o monarca buscava meios para preservar suas posses (I Rs. 18.4-6). Naquele contexto de apostasia um homem, Obadias, reconheceu a autoridade espiritual de Elias. Mesmo assustado, o servo de Acabe temeu ao profeta do Senhor, e este, por sua vez, se prontificou a salvar a sua vida (I Rs. 18.14,15). Elias apresentou-se a Acabe, mas o rei não quis reconhecer o seu pecado, antes culpou o profeta pela seca, dizendo ser o mensageiro do Senhor um perturbador (I Rs. 18.17). Elias confrontou Acabe e Jezabel, denunciando que a causa da estiagem não era ele, muito menos o Senhor, mas a desobediência por eles patrocinada (I Rs. 18.18). Há governantes que agem de igual modo nos dias atuais, eles não mostram sensibilidade pela situação do povo diante das catástrofes naturais. Há inclusive aqueles que querem tirar proveito político em tais situações. Como Acabe e Jezabel, subtraem os recursos públicos, desviando-os para negócios particulares. A miséria, decorrente de desastres, se transforma em negócio, por meio do qual vidas humanas são sacrificadas. Aqueles que denunciam tal postura antiética são rotulados de perturbadores. Mas entre tais governos corruptos e insensíveis existem aqueles que, assim como Obadias, evitam que as pessoas sejam injustiçadas, ainda que corram riscos.
3. SECAS, ENCHENTES E DESASTRES NATURAIS
Não podemos generalizar, argumentando que todas as secas, enchentes e desastres naturais são julgamentos divinos. Não podemos esquecer que a queda do homem teve efeitos sobre a natureza (Rm. 8.18-22). Jesus reconheceu que os seres humanos estão debaixo das condições adversas resultantes de catástrofes naturais (Mt. 7.24-27). Não é correto tentar encontrar uma relação de causa e efeito em todas as situações de desastres naturais. Ainda que não compreendamos a causa dos desastres, devemos aprender, com Jeremias, a sentir a dor das pessoas (Lm. 2.19). Ninguém deve ter a pretensão de achar que conhece todos os desígnios de Deus (Is. 55.8,9). No Antigo Testamento Deus governava a nação judaica diretamente, por isso o Senhor usava a natureza para recompensar ou julgar o povo (II Cr. 7.13,14). Essa realidade não pode ser diretamente aplicada ao contexto do Novo Testamento. Cristo se fez maldição ao ser pregado no madeiro (Gl. 3.13). Os desastres naturais ocuparão espaço punitivo no plano escatológico, no período da Tribulação (Mt. 24.27-30; Ap. 6.12-17). A resposta do cristão diante de secas e enchentes é a de lamentação (Lm. 1.12,13,16), chorando com os que choram (Rm. 12.15). Elias recebeu a revelação direta do Senhor, informando às autoridades, naquele tempo, que a seca havia sido resultante da apostasia. Não podemos, neste tempo, aplicar aquela realidade para situações particulares.
CONCLUSÃO
O pecado traz desastres para o ser humano, o maior deles é o distanciamento de Deus, o Criador (Rm. 3.23). Essa é a morte espiritual, que pode, posteriormente, caso as pessoas não se arrependam, se transformar em morte eterna (Ap. 20.14). O julgamento de Deus, em Cristo, acontecerá no futuro, no Trono Branco (Ap. 20.11-15). Secas e enchentes acontecem hoje, mas porque a natureza geme, em decorrência do pecado do ser humano (Rm. 8.22). Como cristãos, não devemos julgar povos e nações diante das catástrofes, antes lamentar, e ajuda-los na necessidade (II Co. 8.9-12).
BIBLIOGRAFIA
GETZ, G. Elias: um modelo de coragem e fé. São Paulo: Mundo Cristão, 2003.
SWINDOLL, C. R. Elias: um homem de heroísmo e humildade. São Paulo: Mundo Cristão, 2001.

6 de janeiro de 2013

Lição 02


ELIAS, O TISBITA
Texto Áureo: II Rs. 1.7,8 – Leitura Bíblica: I Rs. 17.1-7
Marcio Nascimento B.a Thm 0556/02

INTRODUÇÃO
Na lição de hoje estudaremos a respeito de Elias, o tisbita, um homem de Deus que com fé e coragem não fugiu da sua responsabilidade. A princípio destacaremos o chamado de Elias, sua fé e coragem, e ao final, seu exemplo. Aprenderemos que a vida e a mensagem de Elias inspiram homens e mulheres, até mesmos os mais simples, a servirem ao Deus Vivo e Verdadeiro.
1. A VOCAÇÃO DE ELIAS
Elias, Elijah em hebraico, fora vocacionado pelo Senhor já partir do seu nome, cujo significado é “Meu Deus é Jeová” ou “O Senhor é o meu Deus”. Naquele tempo Acabe e Jezabel, que estavam no comando do Reino do Norte, se voltaram à idolatria, conduzindo o povo à apostasia. É nesse contexto que Deus chama Elias, o Seu profeta, refutando, a partir do seu nome, a apostasia israelita. Elias era de Tisbe, por isso é denominado de tisbita. A localização dessa cidade não é exata, ainda que o texto bíblico a situe em Gileade, no norte da Transjordânia, do lado leste do rio Jordão. Tratava-se de um lugar isolado, fora do mapa, de um povo simples. Os historiadores afirmam que seus habitantes eram rudes, queimados pelo sol, musculosos e fortes. Não se destacava pela educação, sofisticação e diplomacia, Elias, por assim dizer, era “a cara da sua terra”. De certo modo podemos afirmar que era um homem áspero, sem formação instrucional, a não ser a divina. O estilo de Elias estava atrelado às suas raízes, por isso não “tinha papas na língua”, ou seja, falava a verdade, sem arrodeio. De uma hora para outra ele se apresenta diante do rei Acabe, sem medo ou relutância. Ele vai direto ao assunto, questionando os procedimentos do casal que se opunha ao propósito de Deus. Diante da apostasia, sua mensagem era necessária, seu pronunciamento urgente. Ele foi chamado por Deus para estar na brecha, isso ainda acontece em tempos difíceis (Ez. 22.30). Como profeta de Deus, surpreendeu seus ouvintes, não dizendo o que desejavam, mas o que o Senhor orientava. Os mensageiros de Deus devem proceder de igual modo, pois muitos não querem mais ouvir a Palavra de Deus (II Tm. 4.1-4). Para tanto é preciso estar sempre diante de Deus, não se apartar do santo livro, e não deixar de buscar o Senhor em oração.
2. ELIAS, UM HOMEM DE FÉ E CORAGEM
Elias não fala de si mesmo, como todo profeta, ele é porta-voz de Deus, pois “veio-lhe a palavra do Senhor dizendo” (I Rs. 17.2). O profeta é um homem de fé, já que acredita na revelação do Senhor. A fé não está fundamentada no visível, mas na esperança nas coisas que não se veem (Hb. 11.1). Sem fé é impossível agradar a Deus, o Senhor exige confiança daqueles que dEle se aproximam (Hb. 11.6). A fé, e por conseguinte, a fidelidade, vem pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus (Rm. 10.17). A fé na palavra de Deus fez com que Elias demonstrasse coragem para enfrentar a oposição. A igreja também é porta-voz de Deus na terra, por isso, mesmo com suas limitações, não pode fugir da responsabilidade (Mt. 16.18). O compromisso da igreja é com a Palavra de Deus, sem esta ela nada tem a dizer (II Tm. 3.16,17). A voz que impulsionava Elias não vinha de dentro dele mesmo, mas de fora, para ser mais preciso, de cima. A Palavra de Deus é fiel e verdadeira, digna de toda aceitação (I Tm. 4.9). A igreja de Jesus Cristo não deve ter a pretensão de ser politicamente correta (II Co. 4.1,2). Sua missão na terra é a de ser biblicamente correta, isto é, a de enunciar todos os desígnios de Deus (At. 20.27). A igreja deve orar pelas autoridades, a fim de que tenhamos vida tranquila e mansa (I Tm. 2.2). Mas isso não quer dizer que as igrejas devem ser subservientes, principalmente quando as autoridades se opuserem à Palavra de Deus (At. 5.29). Para tanto é preciso ter fé e coragem, e lembrar que Jesus enviou seus discípulos como “ovelhas para o meio de lobos” (Mt. 10.16).
3. ELIAS NO NOVO TESTAMENTO
O ministério de fé e coragem de Elias é lembrado no Novo Testamento. Jesus relaciona o ministério de João Batista ao de Elias, certamente pela ousadia desses dois profetas (Lc. 1.17). Assim como Elias, João Batista não tinha receio de anunciar a Palavra de Deus, ainda que as autoridades não gostassem. Este último foi martirizado por denunciar os pecados dos poderosos da sua época (Mt. 14.3,4). Durante a transfiguração de Jesus, no monte, o evangelista Mateus registrou que estavam presentes Elias e Moisés, que falavam com Cristo (Mt. 17.3; Lc. 9.30,31). A fé da viúva de Sarepta, no seu encontro com Elias, foi destacada por Jesus, ressaltando a importância daqueles que eram considerados não povo pelos judeus (Lc. 4.24-26). A realização de milagres por Jesus fez com que Ele fosse confundido com Elias ressuscitado (Mt. 16.14; Mc. 6.15; 8.28). Tiago, em sua epístola, afirma que Elias era homem semelhante a nós, mas que orava ao Senhor, sendo esse o motivo dos milagres que realizou (Tg. 5.16-18). A mensagem e a vida de Elias inspirou vários personagens do Antigo Testamento. A importância desse profeta fiel e corajoso é atestada pelo Senhor Jesus Cristo. A vida e a mensagem de Elias devem servir de motivação para homens e mulheres de Deus desta geração. O Deus da Bíblia continua usando pessoas simples, os “tisbitas” do nosso tempo, para proclamarem Sua mensagem.
CONCLUSÃO
Tal como Elias, o tisbita, vivemos em contexto de apostasia, as pessoas não têm compromisso com a Palavra de Deus. Mas Deus, o mesmo de Elias, ainda vocaciona pessoa, sejam elas cultas ou indoutas, para serem testemunhas da Sua revelação. Nesses dias tão difíceis, a respeito dos quais antecipou Paulo (II Tm. 3.1,2), precisamos de fé, sobretudo de fidelidade, para que, com coragem, sejamos arautos de Deus para esta geração corrupta (Fp. 2.15), sendo sal da terra e luz do mundo (Mt. 5.13-15).  
BIBLIOGRAFIA
GETZ, G. Elias: um modelo de coragem e fé. São Paulo: Mundo Cristão, 2003.
SWINDOLL, C. R. Elias: um homem de heroísmo e humildade. São Paulo: Mundo Cristão, 2001.

30 de dezembro de 2012

Lição 01


A APOSTASIA NO REINO DE ISRAEL
Texto Áureo: I Rs. 16.31 – Leitura Bíblica: I Rs. 16.29-34
Marcio Nascimento B.a Thm 0556/02
INTRODUÇÃO
Neste trimestre estudaremos o ministério profético de Elias e Eliseu. Esses dois homens de Deus foram usados com poder em contexto de apostasia. Nesta primeira aula discorreremos sobre a institucionalização da apostasia no reino de Israel. A principio definiremos o significado bíblico de apostasia, em seguida, seu processo de institucionalização no reino, e ao final, suas consequências.
1. O SIGNIFICADO BÍBLICO DA APOSTASIA
A palavra apostasia vem do grego, e significa “afastamento”, em relação ao abandono da fé. Esse termo é encontrado apenas duas vezes no Novo Testamento, em At. 21.21 e II Ts. 2.3. Trata-se de uma extensão da palavra apostasis que quer dizer “manter-se longe de”. Em II Ts. 2.3 diz respeito ao ato de rebeldia, uma revolta contra os princípios cristãos. A apostasia vai além da mudança de ideias, isto é, da perspectiva doutrinária. Ela revela-se também através de atitudes que não são condizentes com a vontade de Deus. Há no Novo Testamento a distinção entre o apóstata e o herege, este último pode vir a se arrepender, e até voltar-se para Deus (Tt. 3.10). Mas não o primeiro, pois em virtude da sua decisão contra o evangelho, sua situação se torna irreversível (II Ts. 2.10-12; II Pe. 2.17,21; Jd. 11-15; Hb. 6.1-6). Para alguns estudiosos das Escrituras, a apostasia é, de fato, o pecado contra o Espírito Santo, para o qual não existe perdão (Mt. 12.31). Em termos doutrinários, a apostasia se caracteriza pela negação da autoridade bíblica (II Tm. 3.16,17), da realidade do pecado (Rm. 3.23; 6.23), de Jesus como Único caminho para a salvação (Jo. 14.6; At 4.12); e/ou ênfase na salvação pelas obras (Jo. 3.16; Ef. 2.8,9). A apostasia, em termos doutrinários, é uma oposição consciente de alguém que outrora professou a fé cristã, mas que se voltou contra Deus e a Sua palavra, não apenas em teoria, mas também na prática. Ao invés de permanecer na Palavra, o apóstata opta pelas filosofias  e/ou religiões humanas.
2. A INSTITUCIONALIZAÇÃO DA APOSTASIA
Nos tempos de Elias e Eliseu, a apostasia religiosa grassou o Reino de Israel. O povo, influenciado pelas autoridades político-religiosas, se distanciou de Deus. O casamento misto de Acabe com Jezabel é uma metáfora dessa realidade. Ao desposar essa mulher gentia, o rei de Israel, a fim de agradá-la, “levantou um altar a Baal, na casa de Baal que edificara em Samaria” (I Rs. 16.32). Como se isso não fosse suficiente, Acabe “fez um poste-ídolo, de maneira que cometeu, mais abominações para irritar ao Senhor, Deus de Israel que foram antes dele” (I Rs. 16.33). Acabe e Jezabel representam, nos dias atuais, os governantes que patrocinam práticas perniciosas que desagradam a Deus. Ele “se vendeu para fazer o que era mal perante o Senhor porque Jezabel sua mulher, o instigava” (I Rs. 21.25). A política dos homens, conforme temos acompanhado através da imprensa, serve apenas aos interesses de uma minoria. O povo sofre nas mãos desses governantes que querem apenas enriqueceram através dos cofres públicos. Eles governam com os votos do povo, mas não para o povo, antes contra o povo. Não apenas prefeitos, governadores e presidentes envergonham a nação, os vereadores, deputados e senadores também. Muitas leis desnecessárias são criadas, e que em nada contribuem para o bem social. Alguns deles se elegem apenas para colocarem o “dia dos evangélicos” no calendário anual da cidade. Os nãos evangélicos também não se diferenciam desse modelo. Há quem se eleja e a única “contribuição” é a de colocar o nome de um parente falecido em uma rua importante da cidade. Eles nada fazem para melhorar a vida das pessoas, destacando ainda aqueles que criam leis desumanas, absurdas e contrárias aos princípios divinos, apenas pelos prazer da contestação.
3. AS CONSEQUÊNCIAS DA APOSTASIA
As consequências da apostasia no tempo de Elias e Eliseu podem ser percebidas na perda da identidade espiritual. O povo de Israel tinha um Pacto estabelecido com Deus, sob o qual deveria se pautar. A ruptura dessa Aliança traria consequências drásticas. O povo de Deus havia se tornado de Baal, não adorava mais o Senhor, e sim ao deus cananeu da fertilidade. Mas não podemos incorrer no equívoco de pensar que Deus tem uma nação preferida nos dias atuais. Na verdade, a nação santa de Deus, o povo escolhido atualmente é a Igreja (I Pe. 2.9). É através dela que Deus manifesta o Seu poder e a Sua glória na terra. O plano de Deus em relação a Israel será retomado na dimensão escatológica, por ocasião do Milênio (Ap. 20). Por enquanto, cabe à igreja agir no mundo, testemunhado do evangelho de Jesus Cristo, cumprindo a Grande Comissão (Mt. 28.19,20). Evidentemente, uma nação que se distancia de Deus, como testificamos em alguns países, inclusive no Brasil, compromete princípios valiosos. Além disso, precisamos perceber que a apostasia, no contexto neotestamentário, é um fenômeno individual, ainda que tenha implicações sociais. Na medida em que as pessoas apostatam da fé, outras são influenciadas pela incredulidade (I Tm. 4.1,2), dentro e fora da igreja. Igrejas outrora fervorosas carecem de avivamentos porque a apostasia se espalhou entre seus membros. A principal consequência da apostasia é o descaso em relação às coisas de Deus. A palavra dos homens se sobrepõe à Palavra de Deus, o ativismo toma o lugar da oração, o amor ao mundo substitui o amor a Deus.
CONCLUSÃO
A apostasia de Israel, patrocinada por Acabe e Jezabel, deve servir de alerta para as igrejas. Muitos crentes, influenciados pelo mundo, estão se distanciado dos princípios escriturísticos. Os valores difundidos na mídia, alguns deles incitados pelo governo, estão sendo absolvidos na pauta evangélica. Ainda que essa nação não opte por Deus, ou o faça por mero nominalismo, a igreja deve continuar firme em seus fundamentos, como coluna da verdade (I Tm. 3.15), ciente que as portas do inferno não prevalecerão contra ela (Mt. 16.18). Por isso, com coragem, deve denunciar o pecado e mostrar profeticamente o caminho da verdade (At. 5.29).

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Cientistas datam pela primeira vez estrutura citada em textos bíblicos



http://oglobo.globo.com/jornal/Ciencia/110061818.asp

Rio, 11 de setembro de 2003 Versão impressa

Pela primeira vez na História, especialistas conseguiram datar com precisão uma estrutura descrita na Bíblia. Segundo cientistas israelenses, o Túnel Siloam, que passa sob Jerusalém, foi escavado há 2.700 anos, como asseguram os relatos bíblicos.

A passagem de meio quilômetro foi construída por baixo dos antigos muros de Jerusalém. Segundo a Bíblia, o túnel foi escavado pelo rei Ezequias em 700 a. C. para levar água da fonte de Gihon até a cidade, o que garantiria o abastecimento mesmo em tempos de guerra.

Uma equipe de pesquisadores coordenada por Amos Frumpkin, da Universidade Hebraica de Jerusalém, confirmou a data da construção do túnel. O estudo foi publicado na revista “Nature”.

— É muito raro se ter estruturas mencionadas na Bíblia que tenham sido confirmadas por datação independente — afirmou Frumpkin. — Em primeiro lugar porque, normalmente, já é muito difícil encontrar tais estruturas; em segundo, porque é muito difícil identificá-las; e, em terceiro, porque normalmente elas não estão muito bem preservadas.

A equipe examinou indícios de vegetação e estalactites encontrados no túnel com o método de datação do carbono 14 e também com o que mede os níveis de materiais radioativos.

Para os especialistas, a descoberta é importantíssima porque estabelece uma data precisa para um evento bíblico. Com isso, os cientistas não precisam mais se basear em interpretações e cálculos aproximados para situar determinadas passagens históricas.

Eles frisaram, entretanto, que a datação não constitui prova de que uma raça ou comunidade em particular tenha se estabelecido em Jerusalém antes de outra, e não deve ser usada para qualquer tipo de alegação de primazia.

O túnel é apontado como uma grande obra de engenharia e, até hoje, abastece a cidade de água.

 

ARQUEOLOGIA E A BÍBLIA (SÍNTESE)

VISÃO GERAL

Arqueologia é a ciência que recupera e estuda o que os homens deixaram para trás. O que alguns podem considerar lixo imprestável, os arqueólogos bíblicos consideram pistas valiosas para a história bíblica.

Algumas pistas encontram-se enterradas em diferentes níveis em montes, outras sobrevivem como ruínas ou monumentos resistentes ao tempo. Muitas das descobertas são descritas em línguas antigas. Outros "achados" são remanescentes da vida quotidiana: cerâmica, madeira, miudezas, brinquedos, enfeites, fragmentos ocasionais de tecido e armas enferrujadas. Cada um desses itens é parte de uma estória - a estória das pessoas que um dia as usaram ou fizeram. Essas descobertas freqüentemente transformam teorias sobre o modo de vida das pessoas em fatos. Algumas vezes, essas descobertas transformam "fatos" há muito tempo aceitos em ficção. Apesar de tudo, elas formam a base do estudo da arqueologia.

DESCOBERTAS


Muitas descobertas arqueológicas excepcionais aconteceram de maneira totalmente acidental. Em Ras Shamra, na Síria, um arado de lavrador golpeou uma tumba que levou à descoberta do antigo lugarejo de Ugarit. Um beduíno, em busca de uma cabra perdida descobriu uma caverna em Qumran que continha pergaminhos do Mar Morto. Em 1887, uma egípcia encontrou as lápides de Amarna enquanto procurava tijolos em decomposição para usar como fertilizante. Em 1945, coletando excremento de pássaros nas cavernas próximas a Nag Hammadi, egípcios descobriram importantes manuscritos sobre uma seita religiosa popular chamada Gnosticismo. Esses achados ocasionais, entretanto, não são a norma.


Na moderna arqueologia , cientistas identificam potenciais sítios, que são cuidadosamente pesquisados, fotografados do espaço aéreo e testados com relação a metais e outras anomalias subterrâneas. Há necessidade de complexo equipamento eletrônico. Os artefatos recuperados são datados de acordo com o nível em que foram achados no sítio. Outros métodos de identificação da data são também usados, incluindo o radiocarbono. O objetivo é apresentar uma figura apurada cronologicamente desses artefatos e também do próprio sítio.

O arqueólogo e o estudante do Oriente Próximo olham para esse testemunho de vida ancestral imaginando que estão lidando com dados reais e objetivos. Embora obviamente isso seja campo para alguma especulação ou diferença de opinião, os objetos são silenciosos, mas testemunhos reais em relação a pessoas e eventos do passado. As relíquias, entretanto, precisam ser entendidas propriamente como evidências e não serem manipuladas para satisfazer alguma interpretação especulativa de história, cultura ou religião. A arqueologia do Oriente Próximo pode nos ajudar a entender as Escrituras possibilitando dados objetivos do passado.

Se, por exemplo, um artefato contendo pinturas ou outras formas de escrita está datado de 3.000 AC aproximadamente, isto por si só nos diz que a comunicação escrita naquela região se remonta àquele período. Agora sabemos que os primeiros escritores do material do Velho Testamento poderiam facilmente compor e escrever todas as narrativas que lhes foram creditadas. Antes dessas descobertas alguns acreditavam que Moisés não poderia ter escrito o Pentateuco porque a escrita não havia sido inventada nos seus dias. De fato, descobertas arqueológicas mostraram que Moisés poderia ter escrito em hieróglifos egípcios, escrita cuneiforme (da Babilônia) e diversas línguas cananitas (dentre elas o hebraico) .

Às vezes é difícil conciliar algumas interpretações aceitas de dados arqueológicos e a evidência das Escrituras. Alguns conflitos, entretanto, tendem a diminuir visivelmente à proporção que novas informações se aproximam. A princípio o arqueólogo não tem interesse particular em "provar a verdade" das Escrituras e obviamente é impossível para uma pá ou uma colher provarem ou não as revelações e afirmações espirituais das Escrituras. Mas é razoável dizer que a arqueologia valida a história hebraica e explica muitos termos e tradições anteriormente obscuros, tanto do Velho como do Novo Testamento. Isso propicia um autêntico pano de fundo para as profecias culminando em Jesus.

A Palavra de Deus é verdade, independente da descoberta do homem. Entretanto, parece que a arqueologia é frequentemente um meio através do qual Deus nos permite abrir a cortina para ver a verdade com nossos próprios olhos

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013


Aprendi que devemos sempre agradecer por tudo que acontece em nossas vidas, nunca sabemos o que Deus tem pra nos dar, mas Ele conhece nossos corações, nossos medos e nossas necessidades...
"Agradeço a Deus todos os dias ,tento cultivar o dom que ele me deu ,sinto que tenho a missão de cantar".
Agradeço a Deus pelo que conquistei ate agora, mas peço a Ele para me dar sabedoria para conquistar muito mais.
O que Deus faz por nós, esta alem do que podemos ver, sendo assim a cada suspiro que dou agradeço a Ele... o Dono de todas as coisas!





domingo, 13 de janeiro de 2013


Conselho de Educação e Cultura
ESTUDOS EM HERMENÊUTICA BÍBLICA
Ou, Leis Básicas de Interpretação da Bíblia
Pr. Márcio Nascimento Ba.Thm 0556/62
A correta interpretação da Bíblia deve começar com a verdade básica de que Deus deu uma revelação de Si mesmo e Sua vontade. Sem isso, o homem estaria no mar sem estrelas ou sem bússola, e todos os seus pensamentos do que é a vontade de Deus não seriam nada senão a imaginação de seu próprio coração e mente depravados. Pela natureza ninguém entende a verdade de Deus, pois ela está numa esfera estranha ao pensamento do homem. Assim lemos em 1 Coríntios 2.14. O pecado perverteu de tal forma o pensamento humano que o homem não pensa como Deus pensa, Isaías 55.7-9. Daí, a verdade de Jeremias 10.23.

Os primeiros versículos da Bíblia, Gênesis 1.1-6, sugerem essa revelação que Deus fez de Si mesmo, pois embora os versículos 3-5 estejam relacionados à luz literal, é certo porém que há um simbolismo aí que é explicado mais tarde como tendo a ver com iluminação espiritual, 2 Coríntios 4.3-6. Observe aqui o versículo 6 em particular: "Porque Deus, que disse que das trevas resplandecesse a luz, [referindo-se a Gênesis 1.3-5] é quem resplandeceu em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo." Aqui está a revelação de Deus de Si mesmo, e essa revelação foi feita com a maior plenitude e conclusão com a vinda do Filho de Deus numa natureza humana, conforme lemos em João 1.18: "Deus nunca foi visto por alguém. O Filho unigênito, que está no seio do Pai, este o fez conhecer". Muitas vezes as Escrituras mostram que as coisas literais têm um sentido simbólico e típico que não é evidente à primeira vista.

Essa primeira e importantíssima Lei de Interpretação da Bíblia " A Lei da Revelação " é tal que se não formos sólidos nela, não poderemos ser sólidos em nada mais, por mais sinceros ou zelosos ou instruídos que possamos fora disso ser. É isso o que mostra Isaías 8.20. "À lei e ao testemunho" Se eles não falarem segundo esta palavra, é porque não há nenhuma luz neles". Isso é suficientemente claro, não é" Toda luz espiritual = verdade " corresponderá à Lei e ao Testemunho de Deus.

Essa Lei é que Deus revelou tudo o que alguém precisa saber sobre todas as coisas espirituais. Ele não falou extensivamente nas esferas da ciência, matemática, genética e muitas outras esferas, mas onde Ele falou nessas áreas Ele falou em verdade. Lemos em Deuteronômio 29.29 acerca do dever humano com relação à revelação de Deus dos assuntos espirituais. "As coisas encobertas são para o SENHOR, nosso Deus; porém as reveladas são para nós e para nossos filhos, para sempre, para cumprirmos todas as palavras desta lei". Deus reservou muitas coisas secretas para Si, e o homem não tem nem a capacidade de conhecê-las nem lhe compete sondá-las, mas ele está sob a obrigação de saber e fazer o que foi revelado. E ele está pela natureza sob maldição por negligenciar saber e fazer o que foi revelado, Gálatas 3.10.

Essa Lei da Revelação terá relação com quatro verdades básicas, a primeira sendo A Revelação do próprio Deus, da qual já falamos brevemente. Embora a própria criação testifique da existência de Deus, e o Salmo 19.1-4 deixe toda a humanidade sem desculpa por não se submeter a Ele, Romanos 1.18-20, contudo há muitas coisas sobre Deus que o homem não poderia saber se não fosse pelo fato de que Ele as revelou nas Escrituras.

O primeiro versículo da Bíblia é um testemunho da natureza triúna da Divindade, pois a palavra "Deus" traduz o substantivo hebraico Elohim. A palavra raiz "Eloh" significa literalmente "o Forte", e isso é evidenciado em que esse Forte criou o mundo, e tudo o que está nele, de modo que todos pertencem a Ele por direito de criação, 1 Coríntios 10.26. Essa verdade acusa todo ser humano que não está vivendo em submissão à vontade de Deus. A terminação "-im" é a terminação plural das palavras hebraicas. E aqui é necessária uma explicação. Em português temos substantivos no singular, referindo-se a um, e no plural, referindo-se a dois ou mais. Mas a língua hebraica é diferente, pois tem três números: singular " um; dual " dois; e plural " três ou mais. Daí, a terminação plural desse substantivo se refere a Deus " o Forte " como um Ser uniplural consistindo de três ou mais Personalidades. O restante das Escrituras limita essa pluralidade só a três Pessoas, o Pai, o Filho e o Espírito. Mas ao contrário dos tão chamados unitaristas (os trinitaristas são mais verdadeiramente unitaristas, pois cremos na Unidade de Deus, que não é incoerente com o Trinitarianismo, que sustentamos), as Escrituras começam com um testemunho da doutrina da Trindade, que é explicada posteriormente na Bíblia.

sábado, 12 de janeiro de 2013

A IMPORTÂNCIA DO SAL NA BÍBLIA

São muitos os usos e utilidades do sal na bíblia. Destacamos alguns:
  • Para a condimentação da alimentação humana. Jó 6:6 e dos animais. Is 30:24
  • Para preservar alimentos de putrefação e decomposição. Ex 30:35
  • Os sacrifícios e ofertas no Antigo Testamento tinham que ser acompanhados de sal, sobretudo a dos de cereais ou manjares (Lv 2:13) e os holocaustos (Ez 43:24), simbolizando a natureza eterna da aliança de Deus com Israel.
Levítico 2:13 -  E todas as tuas ofertas dos teus alimentos temperarás com sal; e não deixarás faltar à tua oferta de alimentos o sal da aliança do teu Deus; em todas as tuas ofertas oferecerás sal.
Esdra 6:9 – E o que for necessário, como bezerros, carneiros, e cordeiros, para holocaustos ao Deus dos céus, trigo, sal, vinho e azeite, segundo o rito dos sacerdotes que estão em Jerusalém, dê-se-lhes, de dia em dia, para que não haja falta.
  • Por causa de seu valor medicinal os recém-nascidos eram banhados com água salgada e esfregados com sal.
Ezequiel 16:4 – E, quanto ao teu nascimento, no dia em que nasceste não te foi cortado o umbigo, nem foste lavada com água para te limpar; nem tampouco foste esfregada com sal, nem envolta em faixas.
  • Aliança Perpétua de sal instituída por Deus para com seu povo de Israel tinha como propósito de servir como emblema de lealdade e permanência.
Número 18:19 – Todas as ofertas alçadas das coisas santas, que os filhos de Israel oferecerem ao SENHOR, tenho dado a ti, e a teus filhos e a tuas filhas contigo, por estatuto perpétuo; aliança perpétua de sal perante o SENHOR é, para ti e para a tua descendência contigo.
2 Crônica 13:5 -  Porventura não vos convém saber que o SENHOR Deus de Israel deu para sempre a Davi a soberania sobre Israel, a ele e a seus filhos, por uma aliança de sal?
O sal entre os orientais era freqüentemente usado para a ratificação de alianças, como símbolo de fidelidade, constância e virtude. Um acordo de amizade era selado com um presente de sal que continua sendo observado até hoje pelos  árabes.
Hoje essa aliança também é exigida entre os ocidentais:
  • Com Deus,
  • Familiares (cônjuges, filhos, Parentes)
  • Igreja, irmãos.
  • Homens, amigos.
O sal pode trazer maldições e mortes (terras salgadas).
Porém, o excesso de sal é considerado um inimigo para a saúde, podendo provocar situações de hipertensão arterial, perturbações gástricas, etc. A dose diária não deve ultrapassar os 6 g por pessoa.
O sal de cozinha, ou cloreto de sódio, é muito usado no tempero da comida. Os brasileiros comem, mais ou menos, quatro colheres das de café cheias de sal por dia (10g/dia).
O Rei Abimeleque seguiu um antigo costume ao semear  sal na arruinada cidade de Siquém ( Jz 9:45), como sinal de desolação. O efeito do sal sobre a vegetação produzia uma terra requeimada e desolada. (Dt 29:23), assim é que os lugares secos e desertos (Jr 17:6) eram sinônimos de terra salgada.
Deuteronômio 29:23 -  E toda a sua terra abrasada com enxofre, e sal, de sorte que não será semeada, e nada produzirá, nem nela crescerá erva alguma; assim como foi a destruição de Sodoma e de Gomorra, de Admá e de Zeboim, que o SENHOR destruiu na sua ira e no seu furor.
Juízes 9:45 -  E Abimeleque pelejou contra a cidade todo aquele dia, e tomou a cidade, e matou o povo que nela havia; e assolou a cidade, e a semeou de sal
Vale Do Sal (Lugar de vitórias/guerras  vencidas)
2 Samuel 8:13 -  Também Davi ganhou nome, voltando ele de ferir os sírios no vale do Sal, a saber, a dezoito mil.
2 Reis 14:7 – Este feriu a dez mil edomitas no vale do Sal, e tomou a Sela na guerra; e chamou-a Jocteel, até ao dia de hoje.
1 Crônica 18:12 – Também Abisai, filho de Zeruia, feriu a dezoito mil edomeus no Vale do Sal.
- Tradicionalmente, o local tem sido aceito como planície que fica a sul/sudoeste do mar morto, do lado oposto do Oásis do Delta Zered, onde uma planície com dez a treze quilômetro de comprimento dá de frente para a colina de sal de Jebel Usdum, com oito quilômetros de comprimento por duzentos  metros de alturas.
Sal produz milagres, nas mãos de um homem de Deus. 2 Reis 2:19 -  22

JESUS FALA DA IMPORTÂNCIA DE SER SAL

Mateus 5:13 – Vós sois o sal da terra; e se o sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta senão para se lançar fora, e ser pisado pelos homens.
“Vós sois o sal da terra” (Mateus 5:13). “Vós sois a luz do mundo” (Mateus 5:14). “As metáforas que Jesus escolheu para ilustrar a natureza crucial do chamado do reino foram confeccionadas com materiais caseiros comuns. Nenhuma casa da Palestina deixava de ter algum sal, ou uma lâmpada para espantar a melancolia da noite. O mundo dos homens, por causa do pecado, estava apodrecendo na escuridão. Os cidadãos do reino do céu estavam destinados a serem o sal para impedir a putrefação do pecado e a luz para penetrar seu escuro desespero. Jesus advertiu ainda seus discípulos que o mundo que eles pretendiam preservar, eles também tinham que perder”. R. Champlin
No sermão da montanha o senhor Jesus dá a entender a salubridade e vitalidade do crente quando diz a seus discípulos: Vós sois o sal da terra;
A idéia geral é que o crente santificado deve possuir a realidade daquilo que professa, da mesma forma que o sal apresenta a propriedade que esperamos dele.
A idéia de purificação se destaca em Mc 9:49, onde o Senhor afirma que, no juízo final “cada um será salgado com sal”.
MC 9:49 – Porque cada um será salgado com fogo, e cada sacrifício será salgado com sal.
- Os discípulos de Jesus, do mesmo modo, são chamados a ser como um purificador moral em um mundo onde os padrões morais são baixos e instáveis, ou mesmos inexistentes. Eles só poderão cumprir essa missão se retiverem a sua virtude – e isso exige muita disciplina pessoal e renúncias.
A qualidade da vida cristã deve ser cultivada pelo crente; e este deve recear perdê-lo consoante a pergunta e a resposta de Jesus:
  • Como Jesus afirma a seguir, se um discípulo perde a sua virtude, ele é como o sal que perde a sua salinidade, tornando-se assim, uma substância completamente inútil, só servindo para ser jogado fora, nas ruas, onde é pisado pelos caminhantes.
“Se o sal se tornar insípido”: Não fazer diferença; não influenciar; ser manipulável; ser conformado; intragável.
  • “Se o sal vier a ser insípido” (Mateus 5:13). “Os cidadãos do reino, ainda que muito mergulhados no mundo, jamais devem tornar-se mundanos. O sal não pode perder sua salinidade (Lucas 14:34-35; Marcos 9:50). Seu sabor depende da santa distinção de suas vidas e caráter. A paixão pela justiça jamais pode ser comprometida ou então a utilidade do discípulo chega ao fim. Ainda que o sal, de fato, não pode deixar de ser salgado, ele pode, como o pó salgado que se forma nas praias do Mar Morto, tornar-se tão poluído que seja tão inútil como o pó da estrada. Se, por concessões feitas ao mundo o sal for lavado de nós, deixando apenas um resíduo de mundana respeitabilidade, belos edifícios, círculos sociais agradáveis e rituais vazios, nós, também, nos tornaremos totalmente sem valor!”R. Champlin
  • “Como lhe restaurar o sabor?” “… Para nada mais presta”. Alguns estudiosos acham que está em vista nessas palavras, a apostasia (Hb 6:1-6). Depois de perder o seu sabor, o sal nunca mais readquire seu verdadeiro caráter. Assim sucede àquele que acolhe os ensinos e as bênçãos de Deus e depois os abandona.
  • “… Senão para ser lançado fora, ser pisado pelos homens…”. “O Talmude mostra que o sal que não era puro e útil para ser usado nos ritos dos sacrifícios (que eram oferecidos com sal), eram lançados nos degraus e declives ao redor do templo para impedir que o terreno se tornasse escorregadio, e assim era pisado pelos homens. Também houve instâncias do uso do sal na pavimentação de estradas. Assim também a religião sem autenticidade dificilmente tem uso digno para os discípulos de Jesus ou para o mundo em geral.”R. Champlin.
  • Muito sal produz doenças como hipertensão e outras. O organismo requer equilíbrio em tudo, tanto de alimentos como condimentos na medida.
  • O cristão é tão diferente dos outros homens como o sal no prato difere do alimento em que é colocado
O apóstolo Paulo recomenda-nos a sabedoria, a prudência e a higidez nas conversações e relacionamentos entre os crentes, e os de fora, quando escreve:
CL 4:6 – A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para que saibais como vos convém responder a cada um.
  • Língua com sal.
  • Palavras com sal.
  • Conversas com sal.
PV 18:20,21 -  Do fruto da boca de cada um se fartará o seu ventre; dos renovos dos seus lábios ficará satisfeito. A morte e a vida estão no poder da língua; e aquele que a ama comerá do seu fruto.
MT 5:13 – Vós sois o sal da terra; e se o sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta senão para se lançar fora, e ser pisado pelos homens.
Que nosso grito, em oração, seja para que jamais percamos o sabor genuíno de cristãos, e caso ainda não o tenhamos, devemos clamar para que Deus nos tempere, ao decidirmos por andar com Ele.
Extraída do Livro: Mensagem de Livramento